Aconteceu nesta quarta-feira, dia 28/09/2011, Audiência Pública que tratou sobre a situação das mais de 1.200 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais que serão atingidas pela Barragem de Contenção de Serro Azul, em Palmares. A audiência foi realizada a partir das 8h30, na Câmara Municipal de Catende/PE. Estivarão presentes na ocasião trabalhadores e trabalhadoras rurais que serão atingidos pela obra, representantes de movimentos e organizações sociais, representantes dos secretários de Recursos Hídricos e Energéticos - responsável pela obra, Instituto de Colonização e Reforma Agrária INCRA). A Audiência foi coordenado por Dr. Rômulo, do Ministério Público de Catende e Dr. Edson Guerra, promotor agrário do Estado, o qual, recebeu a denuncia dos/as trabalhadores/as e convocou esta audiência.
Todas essas famílias serão expulsas das terras onde vivem para dar lugar à construção da Barragem, e até agora não foi apresentado às famílias nenhuma posição ou definição dos órgãos competentes no sentido de garantir seus direitos. O caso foi denunciado ao Ministério Público de Pernambuco no mês de agosto, quando na ocasião, as famílias relataram que não receberam nenhuma informação sobre a barragem e que não sabem quando serão expulsas e nem para onde vão.
Da parte do governo, o ITEP (Instituto de Tecnologia e Estudo de Pernambuco) apresentou a área de ocupação das águas que é de 1.600 há, a fauna e a flora da região, mas a questão dos moradores como fica ninguém tocou, apenas que está dialogando, mas sem nenhuma perspectiva de definição como vão ficar as famílias.Várias entidades (SOS. Polis, CPT Mata Sul, CPT/Regional, AASP, CMNP, CESMT, CICAF, AG Ambiental, Cooperativa Harmonia, AME) estavam presente e com apoio aos agricultores/as, muitas usaram a palavra para manifestar o desejo que os direitos das pessoas sejam de fato garantidos, demonstrando indignação como a forma do Estado vem tratando as pessoas em todo o processo de reconstrução de Palmares.
Foram entregues vários documentos, abaixo-assinados reivindicando os direitos de terra por terra e casa por casa, num lugar onde tenhamos acesso fácil a transporte, água sem custo, escola, igrejas, área de lazer e esporte, pelos moradores dos Engenhos Canário e Verde, bem como uma moção de apoio da AME ao representante do governo e secretário de gabinete do Secretário de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado.